
A cúpula
das Forças Armadas teme a “politização” dos pedidos de socorro para
reforçar a segurança pública nos Estados durante as eleições deste ano.
Os militares consideraram o pedido feito na semana pelo prefeito de
Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), de apoio durante o
julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24, uma
“banalização” do uso das tropas.
O petista
terá seu recurso julgado pela 8.ª Turma Criminal do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4). Movimentos sociais prometem realizar atos
em defesa do ex-presidente e há também articulação de manifestações
contra Lula. Marchezan alegou que há uma “invasão” em Porto Alegre. O
ex-presidente foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, a 9
anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no
caso do triplex do Guarujá (SP).
Em ano
eleitoral, de acordo com oficiais-generais ouvidos pelo jornal O Estado
de S. Paulo, há o perigo e o risco de estes pedidos se multiplicarem,
como uma espécie de salvo-conduto dos governadores. Ao menor sinal de
problema, ou até preventivamente, o governador pede ajuda das Forças
Armadas na segurança a fim de passar a mensagem para a população, e seus
potenciais eleitores, de que age para protegê-la.
Os
militares destacam, porém, que o chamado de tropas federais só deve
ocorrer em cenário de descontrole da ordem. Nesse sentido, a cúpula das
Forças Armadas descarta ações preventivas, como o pedido feito pelo
prefeito de Porto Alegre. Apesar disso, como o jornal revelou na edição
de sábado, o serviço de inteligência dos militares está “em alerta” em
razão de manifestações marcadas em defesa do ex-presidente.
O
ministro da Defesa, Raul Jungmann, já afirmou que é contra o emprego do
Exército em Porto Alegre. O ministro considerou “absurdo” o pleito por
ter sido feito por um prefeito, que não tem competência para isso, e de
forma preventiva. A solicitação de ajuda é uma prerrogativa de
governadores.
Na semana
passada, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas,
expressou preocupação, em seu Twitter, com o emprego da corporação em
“intervenções” por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos Estados,
como está sendo feito agora no Rio Grande do Norte. Segundo o
comandante, “a segurança pública precisa ser tratada pelos Estados com
prioridade ‘zero'”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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